A minha relação com a moda começou no silêncio da casa, entre linhas e agulhas. Enquanto minha mãe e minha avó costuravam, eu observava. Não podia aprender diretamente, mas absorvia tudo com os olhos — e o que não me ensinaram com palavras, eu aprendi com o coração. Antes de pensar em ter uma marca, eu vivi a moda de um jeito muito real: dentro de um ateliê familiar. Atendíamos noivas, formandas, madrinhas. Era ali que eu via o poder transformador da roupa, o olhar da cliente ao se ver pronta, o cuidado em cada prova, a tensão e o brilho do grande dia. Depois disso, entrei numa loja de departamentos e fiquei cinco anos como estilista da seção de tecidos. |
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Em 2012, me mudei pra Fortaleza com o sonho de fazer moda de verdade. Em 2013, fui selecionado para o concurso do SindiTêxtil. Não cheguei lá sozinho. Tive a ajuda de colegas da faculdade, como o Ajner, que criava texturas incríveis, e a Cleide Girão, que é uma modelista espetacular. Mas logo veio o momento de me jogar sozinho. Nascia ali, ainda sem nome de batismo, a marca Bruno Olly. Hoje, ao olhar pra trás, vejo que cada obstáculo foi também uma costura no meu processo. E que a marca que começou ali, pequena, é hoje símbolo de representatividade, arte e resistência.
Parte 2 vem aí, porque o tempo ainda tem muita coisa pra me costurar. |